Num mundo onde as cidades enfrentam desafios crescentes com a limpeza urbana, o BinBot surge como uma ideia prática que quer fazer a diferença, mostrando que soluções inovadoras podem começar com uma simples observação do dia a dia. Assim explicou ao SAPO TEK Frederico Correia Cerqueira, estudante do Mestrado em Engenharia Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS ULisboa), que fez parte da equipa portuguesa que chegou à final do concurso internacional Red Bull Basement, em Tóquio.
A ideia do BinBot surgiu durante uma disciplina de Empreendedorismo na licenciatura, no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL). Segundo Frederico, a inspiração veio da observação de um problema comum.
A equipa decidiu inscrever-se no Red Bull Basement com o objetivo de obter apoios e fazer evoluir o projeto. O processo de seleção incluiu uma apresentação escrita (um One Pager) e um vídeo de um minuto com o pitch do BinBot. Depois da final nacional, viajaram até Tóquio para apresentar a ideia e contactar com estudantes de outros países.
Ao repararem na quantidade de lixo que nos rodeia, principalmente nas ruas, Frederico e os colegas Manuel Santos, Ricardo Oliveira e Catarina Pedro (que já não se encontra no grupo do projeto), alunos do ISEL na altura, pensaram: “e se existisse um robot parecido com os aspiradores domésticos, mas adaptado a espaços exteriores?”. E foi desta forma que o BinBot começou a ser visionado.
O BinBot é um robot autónomo com cerca de 1,10 metros, equipado com câmaras e tecnologia de Inteligência Artificial (IA) para identificar e recolher lixo. Quando um resíduo é detetado, o BinBot aproxima-se e aspira-o para um compartimento interno. Além disso, inclui painéis solares no topo, que garantem a sua alimentação energética de forma sustentável, e uma entrada onde as pessoas podem depositar resíduos manualmente.
Frederico destaca que a experiência foi exigente, mas produtiva. Durante o evento, foi necessário trabalhar sob pressão para criar um poster, um modelo de negócio e um novo pitch de apenas dois minutos.
Além disso, a equipa teve a oportunidade de conhecer outros projetos inovadores, como o de um grupo inglês que desenvolveu um dispositivo de auxílio à mobilidade para pessoas com Parkinson.