Mas por que associar o “primeiro de abril” com o Dia da Mentira? Bem, a história mais verossímil que conheço é esta, e começou na França, no século XVI. Eu conto: antes de 1564 da nossa era, o Réveillon era sempre festejado no dia 22 de março, data que marcava a chegada da primavera. E as festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de abril, data oficial do início do ano.

Pinóquio
E foi só neste 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX, da França, determinou que o ano novo passaria a ser comemorado sempre no dia 1º de janeiro. Muitos franceses, contudo, e sobretudo os camponeses da “França Profunda”, como dizia o Mitterrand, (os que viviam no campo, ou em longínquas pequenas vilas distantes da capital), ou nem sabiam dessa decisão oficial ou não acreditavam que era verdadeira. E continuaram a festejar o primeiro dia de abril.
Aí, alguns gozadores e os sacanas de sempre passaram a enviar convites para réveillons e festas que não aconteciam. Daí é fácil imaginar o “ha! ha! caiu no primeiro de abril!” Por isso, além de “dia da mentira” essa data também é chamada “dia dos tolos”.

Ziraldo e a sua genial criação
Bom, mas eu não podia terminar sem evocar um grande amigo, e um dos maiores brasileiros da nossa geração (ele um pouco mais velho), o Ziraldo, mestre da literatura infanto-juvenil que combateu a mentira através da suas charges e do seu famoso personagem, o Menino Maluquinho. Esse livro foi traduzido para centenas de países e idiomas – de verdade!
Por Reinaldo Paes Barreto