Diante da alta da inflação de alimentos que atinge diretamente a popularidade do governo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou ontem pela manhã que o Executivo estuda um “conjunto de intervenções” para baixar os preços. Costa citou a intenção de adotar medidas apresentadas pelo setor varejista no ano passado ao governo “ainda no primeiro bimestre”.

Após a repercussão das declarações, o ministro voltou atrás na noite de ontem, disse que são apenas medidas em estudo e que não há intenção de fazer intervenção nos preços, em entrevista ao canal CNN Brasil:

— Para não ter ruído de comunicação e para ninguém ficar derivando para outras imaginações, vamos substituir a palavra intervenções por medidas. O que o presidente Lula está orientando, coordenando, é que nós possamos reunir com a sociedade, com os ministros, e colher as sugestões daquelas iniciativas que podem contribuir para maior oferta de alimentos.

As medidas são reivindicações históricas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), maior entidade do setor. Economistas dizem que são ações pontuais com “impacto zero” nos preços.

A alimentação no domicílio subiu 8,23% em 2024, com as carnes aumentando 20%. E as pressões devem continuar. O aumento de preços tem preocupado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cobrou na reunião ministerial no início desta semana que os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda apresentem medidas contra a alta que possam mitigar a inflação no segmento.

— Vamos fazer algumas reuniões para buscar um conjunto de intervenções para o barateamento dos alimentos — declarara Costa pela manhã durante entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da estatal EBC— No final ano passado, o presidente fez uma reunião com a rede de supermercados com a mesma pauta. A rede sugeriu algumas medidas e vamos implementá-las agora no primeiro bimestre.

Fonte: O Globo