Edson de Lacerda Limeira, gerente de Práticas Assistenciais do Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio

Uma das principais causas de morte em todo mundo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) exige atendimento médico rápido e preciso para garantir a recuperação do paciente. No Grupo Amil, o Hospital Pasteur, no Rio de Janeiro, se tornou referência no tratamento desta doença cardiovascular graças a um protocolo de cuidados moderno e consolidado, conduzido por uma equipe multidisciplinar altamente treinada, que multiplica a expertise para as demais unidades da rede assistencial da operadora de saúde.

– O AVC é um problema global e o sistema de saúde é muito carente de um atendimento especializado. O Hospital Pasteur tem um protocolo de atendimento instituído desde 2015. Somos um hub de tratamento que conta com suporte de recursos tecnológicos e uma equipe de profissionais com qualificações específicas, que tornam possível uma ação forte não apenas intra-hospitalar, mas também voltadas para a saúde da população – explica Edson de Lacerda Limeira, gerente de Práticas Assistenciais do Hospital Pasteur.

Apesar de ser considerado um mal evitável, por meio da prática de hábitos saudáveis, o índice de mortalidade por AVC no Brasil tem crescido. Dados do Portal da Transparência do Centro de Registro Civil (CRC) coletados até agosto deste ano mostram que 50 mil brasileiros faleceram em decorrência da doença, que é também uma das principais causas de internação e incapacitação em todo o mundo.

Equipe médica, de enfermagem e profissionais de apoio do Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio, recebem treinamento contínuo para atendimento a pacientes com AVC — Foto: Marco Sobral/GLab
Equipe médica, de enfermagem e profissionais de apoio do Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio, recebem treinamento contínuo para atendimento a pacientes com AVC — Foto: Marco Sobral/GLab

Causas, sintomas e sequelas

Causado pelo rompimento ou entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, o AVC pode causar dificuldades de fala, perda do controle motor e confusão mental, entre outros. Sua ocorrência é maior entre os homens, tendo como principais sintomas dor de cabeça aguda, dormência em um lado do corpo e cansaço.

– O AVC é uma doença tempo-sensível. Quanto mais rápido for diagnosticada e iniciado o tratamento, melhor será a resposta do paciente. O protocolo de atendimento permite que tenhamos agilidade para iniciarmos um tratamento seguro e eficaz – afirma Saulo Ribeiro, enfermeiro referência de AVC do Hospital Pasteur e do Grupo Amil nacionalmente.

O primeiro passo é obter um diagnóstico correto. No Hospital Pasteur, isso é feito por meio do Acrônimo SAMU, no qual a equipe testa a capacidade motora do paciente.

– O S é de sorrir, pois o paciente vítima de AVC costuma ficar com a boca torta. Depois vem o A de abraço, quando verificamos a capacidade do paciente de levantar os braços. O M é de mensagem, pois pedimos que o paciente repita alguma frase. Quando ele não consegue fazer nenhuma dessas três ações, significa que há 85% de chances de ser um AVC. O U é de urgência para o início dos procedimentos – ensina o enfermeiro.

Confirmada a suspeita, o paciente é submetido a um exame de tomografia que irá indicar se o AVC é hemorrágico ou isquêmico. Para cada tipo, há uma conduta específica, que é discutida com profissionais de outras unidades especializadas do Grupo Amil em um espaço de telemedicina.

– No caso do AVC hemorrágico, a equipe identifica qual a causa do sangramento, se está ativo ou não. Caso esteja, é ministrado um reversor anticoagulante e medicamentos para estabilizar a pressão do paciente – esclarece.

Estrutura moderna permite atendimento em tempo recorde

A maior incidência, no entanto, são de AVCs isquêmicos. Quando há essa ocorrência, o paciente é preparado no box da telemedicina para ser referido para um centro especializado, onde será submetido ao tratamento mais adequado.

– O tratamento de AVC isquêmico varia de acordo com a artéria afetada. Em muitos casos, o paciente precisa de tratamento de reperfusão e se a artéria obstruída for de grande calibre (proximal), pode ser necessária uma intervenção cirúrgica na Hemodinâmica – pontua o enfermeiro.

Em ambos os casos, a primeira ação para reverter esse entupimento tem de ser feita o mais rápido possível,

– Estima-se que o AVC provoque a morte de seis milhões de neurônios por minuto. Por isso dizemos que tempo é cérebro. No Pasteur, temos a meta de realizar o diagnóstico com tomografia de crânio em até 25 minutos. Hoje, isso ocorre em apenas dez – orgulha-se Saulo Ribeiro.

Essa excelência é possível graças à política de capacitação contínua dos funcionários. Uma vez por ano, equipe médica, de enfermagem e profissionais de apoio, como recepcionistas e maqueiros, recebem treinamento para aprender a identificar os sintomas do AVC e encaminhar os pacientes corretamente.

– Um bom atendimento traz benefícios não só para o paciente, mas para toda a rede de usuários do Grupo Amil, uma vez que não onera o sistema. Assim, é possível usar os recursos para investir em áreas que realmente precisam. Além da equipe, também temos oferecido capacitações para a comunidade, como forma de ampliar os conhecimentos sobre os sintomas e ajudar as pessoas a buscarem atendimento correto em tempo hábil – explica.

Neste ano, o Hospital Pasteur deve colher mais um fruto deste trabalho: a certificação da World Stroke Oganization (WSO). O título virá para coroar uma longa trajetória de conquistas cravadas em números, como um período médio de internação de pacientes de apenas quatro dias e uma taxa de mortalidade de apenas 7%.