O chamado carioca de raiz está congelando com os termômetros abaixo dos 20 graus. E com o seu humor característico, já aquele que aposta que em brave será inaugurada uma estação de esqui na Pedra da Gávea!

 

Bom, mas e o que beber, então?

 

 

: Taça de Conhaque

Para produzi-lo, os produtores da região Charente, acima de Bordeaux, utilizam as uvas Colombard, Ugni Blanc, Saint-Emilion e Folle  Blanche. Todas brancas. E, primeiro, essas castas fermentam por um período curto, de três a cinco semanas. Dessa fermentação, obtém-se um vinho branco, ácido, com uma baixa graduação alcoólica. E são necessários oito litros de vinho para produzir um litro de conhaque. Aí começa a primeira destilação, que dura cerca de 8 horas e é processada através do  sistema de fogo direto (Alambique Charentais), que produz um líquido  chamado brouillis,  cuja graduação alcoólica é de 27º a 35º.  A segunda, (seconde bonne chauffe)  demora cerca de doze horas. E o princípio e o fim (cabeça e cauda) são removidos para nova destilação que vai produzir outros álcoolis (“eau-de-vie”, na França; grapa, na Itália e bagaceira, em Portugal).

 

Deve ser apreciado em taças especiais, com a base côncava e a borda mais estreita, para “aprisionar” os muitos aromas que são exalados pelo calor. Para isso, inclusive, há um aparelho que o aquece.

 

Conhaque sendo aquecido pelo aparelho

Mas além dos franceses, há “conhaques” produzidos fora dessas regiões, e até em outras partes da França. Como na Espanha, Portugal e no Brasil. São chamados de “brandy”. Alguns, excelentes  e em geral muito caros.

Mas há os populares, também, muito apreciados no interior e no campo.

Em nosso país, dirigido às C e D. Ou ao campo, aonde, às vezes, é misturado com leite tirado na hora, nas fazendas. E tem peão que mistura conhaque com café preto, pão e torrada, de manhã, antes de trabalhar, para segurar o tranco. Porque além de ter fama de dar resistência, aquece o corpo (principalmente a garganta) e aquece também os “ninhos do amor”.

Mas, cuidado: se o Don Juan exagerar na dose, desaba em sono profundo…

 

Autor: Reinaldo Paes Barreto