Dia 19 de agosto é o Dia Mundial da Fotografia, porque foi nesse dia de 1839 que o governo francês apresentou ao mundo, na Academia de Ciências e Belas Artes de Paris, o daguerreotipo, criado pelo seu compatriota Louis Daguerre. O processo consistia em fixar as imagens (em preto e branco) obtidas numa câmara escura, em uma folha de prata, sobre uma placa de cobre.

Um daguerreótipo

Detalhes: 1) fotografia vem  da palavra  grega  φως [fós = luz), e γραφις [ipapic = grafia); 2) fotografia é o registro de uma ou várias pessoas, de paisagens, objetos, etc. Retrato é a captura da expressão facial de um pessoa. Técnica que o francês chama de “portrait”.  

Primeira foto registrada pela História (preto e branco)

E mais: em um gesto altruísta, o governo francês decidiu oferecer a patente dessa invenção ao domínio público, transformando-a em Patrimônio da Humanidade).  Mas quatro anos depois Daguerre começou a comercializar o produto do seu invento (*). O sucesso, contudo, só veio mesmo quase 50 anos depois, e nos Estados Unidos, quando o empresário americano George Eastman fundou a Kodak, em 1888, e introduziu o filme em rolo.

Última foto de D. Pedro II no Brasil

Na sequência, vieram as fotos coloridas tiradas pela primeira vez pelo físico escocês James Clerk Maxwell em 1861. Ele tirou três fotos idênticas do mesmo objeto, cada uma através de um filtro diferente: vermelho, verde e azul (relato de Vinícius Giba para a revista Super Interessante).

Primeira foto a cores

Depois, vieram as novas máquinas fotográficas (xereta, as polaroides), os slides, os hologramas, mas a mudança mais significativa foi a digitalização dos sistemas fotográficos, a partir do final do século passado. A fotografia digital mudou o paradigma do universo da fotografia, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão de imagens. E com o salto de qualidade das fotos e retratos tirados pelos celulares — imaginem com o 5G! — o fotógrafo amador não apenas registra o flagrante, como pode modificá-lo na hora ou posteriormente, editando uma versão preto e branco (para aumentar o sentido de recuo no tempo; ou vice-versa), retirando objetos e/ou figurantes, e armazenar ou enviar para milhares de pessoas em segundos. Enquanto para os fotógrafos profissionais, o adequado é operar com uma câmara com resolução acima de 4 megapixeis.

Epílogo (piada metafórica): o japonês deu a volta ao mundo e, como no clichê, tirou milhares de fotos. Na volta, um vizinho lhe pergunta: “gostou da viagem”? E ele: “não sei; não vi todas as fotos ainda…”

(*) Em 1840 D. Pedro II comprou o primeiro daguerreotipo para o Brasil.

Por Reinaldo Paes Barreto