A gestora BTG PActual Asset Manegement fechou a compra do Fairmont Copacabana e 17 hoteis do braço imobiliário da rede francesa Accor no Brasil por R$ 1,7 bilhão. A aquisição vai garantir a conclusão das obras do Sofitel de Ipanema, que se arrasta desde 2019.

Com a aquisição dos imóveis, o BTG passa a ter um portfólio de 56 hoteis e quase 5 mil quartos na carteira. Os hoteis contam com 2,6 mil quartos e seguirão sendo operados pela Accor nas suas respectivas bandeiras. Os imóveis serão distribuídos em três fundos da gestora, sendo dois listados na B3 e um terceiro que está sendo criado, voltado para o investidor institucional.

Os fundos do BTG já contavam com hoteis das bandeiras Accor no portfólio. A notícia de que o BTG estava negociando a compra dos ativos da AccorInvest foi revelada pelo colunista Lauro Jardim em abril.

O valor do investimento inclui as obras do Sofitel, antigo Ceasar Park, que foi o primeiro hotel cinco estrelas da Praia de Ipanema. O hotel foi adquirido pela Accor em 2012 e passou a operar como Sofitel no ano seguinte. Desde 2019, no entanto, estava fechado, com obras paradas. A Accor chegou a anunciar a retomada das obras no ano passado, mas só agora elas serão efetivamente aceleradas. A intenção da gestora é recuperar o padrão cinco estrelas dos tempos gloriosos do Ceasar Park.

As negociações com a AccorInvest começaram em fevereiro e o negócio foi assinado na terça-feira (8), apurou a coluna. O Conselho Adminstrativo de Defesa Econômica (Cade) já foi notificado e a expectativa é de que o negócio seja aprovado até o fim do ano.

Dos 18 hoteis, quatro são no Rio e o restante em São Paulo e interior. Os quatro hoteis do Rio representam 60% do quartos, com vocação para o turismo. Além do Fairmont e do Sofitel, o portfólio do Rio conta ainda com o Santa Teresa MGallery e o Mama Shelte, hoje fechado, também em Santa Teresa, cujas obras também serão retomadas. Em São Paulo, os hoteis são voltados para o turismo corporativo, com as bandeiras Mercure, Novotel e Ibis. A Accor tem cerca de 330 hotéis no país.

Há tempos a AccorInvest tenta se desfazer de seu portfólio de 44 imóveis na América Latina. A transação com os fundos da gestora do BTG envolveu apenas os ativos no Brasil.

A gestora investe no setor hoteleiro desde 2007, com o fundo Maxinvest, negociado na B3 com o ticker HTMX11,e que tem valor patrimonial de R$ 202,493 milhões. O fundo hoje soma 500 quartos em São Paulo em mais de 20 hotéis, como Blue Tree Faria Lima e também das bandeiras Ibis, Estamplaza,Wyndham e Meliá.

Em 2019, foi lançado o BTG Pactual Hoteis, negociado como BTHI11, e que tem um portfólio mais distribuído pelo país, com presença em 9 estados. São 25 ativos incluindo as redes Pullman e Ibis, e um patrimônio líquido de R$ 580,9 milhões.

Além de liderar agora em propriedades hoteleiras, a gestora do BTG é líder também em imóveis corporativos e galpões logísticos.

A AccorInvest opera um portfólio de mais de 750 hotéis próprios e alugados em 26 países na Europa, América Latina e Ásia. O grupo atua realizando a aquisição, a renovação e a alienação de ativos hoteleiros nos segmentos econômico e midscale na Europa.

Na América Latina, a AccorInvest possui mais 26 hoteis em 5 países (Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México) totalizando mais de 4,8 mil quartos. Accor e AccorInvest são empresas separadas, com gestão independente.

Parabenizamos nosso associado BTG Pactual pela aquisição do prédio do antigo Sofitel e 17 imóveis da Accor. Um grande passo para a revitalização do setor hoteleiro e imobiliário, impulsionando o desenvolvimento econômico.