Pelo menos no Brasil, desde 1953. Porque em outros países, não é a mesma data. Nos EUA, por exemplo, o Dia dos Pai é comemorado no terceiro domingo de junho. Em Portugal, Espanha e Itália, celebrado em 19 de março (Dia de São José). Já na Alemanha, os pais são homenageados no dia da Ascensão, que acontece 40 dias depois da Páscoa (data variável, portanto).

Mas vejamos no Brasil. Assim como o publicitário João Doria (pai do ex-governador de SP) elegeu o 12 de junho como o Dia dos Namorados para aquecer o comércio varejistas (os meses anteriores já tinham bons ganchos de vendas: janeiro, férias, fevereiro Carnaval, etc), outro publicitário criativo, Sylvio Bhering, completou “a estratégia” puixando o Dia dos Pais para agosto que estaba baldio de uma data-shopping. E também por outras duas razões: a) fazer o contraponto com o Dia das Mães, no primeirto semestre e b) porque no dia 16 de agosto muitos católocios comemoram o Dia de São Joquim, pai de Maria, portanto avô de Jesus. E para facilitar o almoço festivo, fixou o segundo domingo?

Detalhe: Em 2023, mais de 110 milhões de consumidores foram às compras na ocasião, movimentando quase R$ 27 bilhões de reais, segundo pesquisa dos CNDL, SPC Brasil e Offerwise.

Bom, mas independente “da gênese”, desejo a todos os pais (biológicos, socioafetivos, padrastos-do-bem e até as mães que funcionam com pais) um dia muito “retribuidamente afetuoso”, com demonstrações de carinho e gratidão. Além, se possível, de bem presenteado. E se você já deu para o seu pai pijama, bermuda, perfune, calçado, camisa polo, carregador de telefone celular, tablet ou outras eletronices”, quem sabe pensar em um Vinho do Porto?

Parênteses: sabem a qual é a diferença entre um vinho do Porto e um outro vinho de mesa? Primeira: por decreto de 1756, do visionário Marques de Pombal, só é vinho do Porto aquele produzido exclusivamente com uvas provenientes da região demarcada do Douro — a mais bela paisagem vinícola (quase bíblica) do planeta! Segunda: essas uvas, por isso mesmo, são provenientes das castas típicas do Douro. E entre as diversas variedades, destacam-se as seguintes.

Tintas
 Touriga Nacional
 Touriga Franca
 Tinta Barroca
 Tinto Cão
 Tinta Roriz.
.Tinta Amarela

Brancas
Malvasia Fina,
Gouveio,
Viosinho,
Códega
Malvasia Rei.

E cada produtor/enólogo primeiro escolhe, depois decide, é claro, quais delas irão compor o blend de cada safra de Vinho do Porto, sendo que alguns tornam-se as marcas permanentes daquela vinícola.

Terceira: adição de guardente vínica, para cortar a fermentação. Ou seja, além da utilização das uvas da região, o Porto é um vinho que nasce “normal”. Ele é vinificado como os dmais de outras regiões/países, só que entre a filtragem do líquido depois de smagadas as uvas e a fermentação do mosto, coloca-se aguardante de uva ((bagaceira) para retardar o envelhecimento do vinho. Tanto que chegam os mais bem conservados, chegam a durar 100 anos com toda a qualidade, embora as rolhas não resistam e, nesses longevos, são trocadas 2 ou 3 vezes. Na sequência,  o líquido é colocado em tonéis que seguirão pelo rio Douro em barcaças chamadas rabelos para os armazéns de Vila Nova de Gaia, aonde será engarrafado. E, de lá, para o mundo.

Finalmente: como escolher um (bom) o vinho do Porto? Bem, basicamente, existem três tipos. O Rubi, um vinho jovem, escuro, que pode ser medianamente — ou muito — encorpado, e cuja composição varia segundo o estilo de cada Casa. O Tawni, que é o Port mais comum e mais vendido, ao mesmo tempo: uma mistura de vinhos de vários anos que são conservados em tonéis de carvalho durante um certo tempo, por isso perdem a cor escura e ganham aquela coloração alaranjada. Estes é que conforme as condições de guarda duram até 100 anos! E o Porto branco, seco, cada vez mais degustado pelo consumidor jovem como drinque, antes das refeições, com água tônica, gelo e uma folha de hortelã. Foi batizado de Portonic.

Epílogo: parodiando um slogan/anúncio genial da Air France, “mas o importante não é o presente: é a atitude”. Abrace seu pai, beije-o no rosto neste dia, mesmo que ele tenha aquele cheirinho meio mofado, típico de alguns idosos…

Por Reinaldo Paes Barreto