A economia portuguesa apresentou um saldo positivo de 2,8% do PIB no ano acabado em setembro de 2023, um máximo desde os março de 2014

A economia portuguesa apresentou um saldo positivo de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano acabado no terceiro trimestre de 2023, um máximo desde os 12 meses terminados em março de 2014, segundo o BdP.

“No ano acabado no terceiro trimestre de 2023, a economia portuguesa teve um saldo positivo, ou seja, uma capacidade de financiamento sobre o exterior, de 2,8% do PIB”, refere o Banco de Portugal (BdP), que publicou esta quarta-feira as contas nacionais financeiras relativas ao período terminado em setembro do ano passado.

As empresas não financeiras foram o único setor residente a apresentar necessidade de financiamento (0,9%), enquanto o setor financeiro, os particulares e as administrações públicas registaram um saldo positivo de 2,2%, 1,1% e 0,5%, respetivamente.

Este indicador acelerou face aos -0,66% homólogos e aos 1,79% registados no segundo trimestre anterior, sendo o valor mais alto desde o registado no ano terminado no primeiro trimestre de 2014 (3,08%).

Os particulares financiaram, em termos líquidos, as administrações públicas em 6,2% do PIB — “devido sobretudo à aquisição, em trimestres, de certificados de aforro (em 7,5% do PIB) pelas famílias”, aponta o BdP, que refere que a aquisição foi “parcialmente compensada pela amortização de certificados do Tesouro”.

Também a transferência dos ativos e das responsabilidades do Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para a Caixa Geral de Aposentações (CGA), que ocorreu no primeiro trimestre do ano, “contribuiu em 1,2% do PIB para o financiamento líquido dos particulares às administrações públicas”.

Os dados do banco central apontam que, com o financiamento recebido dos particulares, as administrações públicas financiaram, em termos líquidos, os restantes setores, sendo que o financiamento líquido ao resto do mundo e às sociedades financeiras foi motivado pela redução das aplicações destes dois setores em títulos de dívida pública (4,1 e 2,3% do PIB, respetivamente).

O financiamento líquido do setor financeiro aos particulares foi influenciado quer pela redução de depósitos junto dos bancos, quer pela transferência dos ativos e das responsabilidades do Fundo de Pensões da CGD para a CGA.

Em termos líquidos, as empresas não financeiras foram financiadas pelo resto do mundo em 1,6% do PIB, através da aquisição por não residentes de ações e outras participações emitidas pelo setor.

Por sua vez, os particulares reduziram as suas participações nas sociedades não financeiras, o que justifica a relação de financiamento entre os dois setores.

 

Fonte: Expresso