Startup portuguesa lança primeira rede social para idosos em Portugal, Espanha e Brasil. Plataforma conta já com mais de 16 mil utilizadores que poderão agora conectar-se entre si, estejam institucionalizadas ou a viver autonomamente nas suas casas.

Há no mercado uma nova rede social destinada aos mais velhos – criada pela startup nacional Sioslife – que permite que estes façam novas amizades, “se encontrem” e comuniquem entre si, de forma simples, através de chamadas, videochamadas, partilha de conteúdos e muito mais.

A plataforma conta já com mais de 16 mil utilizadores.

“Esta nova plataforma pode ser usada, em exclusivo, através dos sistemas interativos de inclusão digital da Sioslife – tablets e computadores – já presentes em mais de 600 instituições, em Portugal, em Espanha e, mais recentemente, no Brasil”, refere a startup.

Disponível a partir desta quarta-feira, a nova rede social dedicada à terceira idade tem o mesmo nome da startup que a criou Sioslife.

“A primeira rede social, inteiramente dedicada à promoção da inclusão social das pessoas mais velhas em instituições de cuidado, é fruto da experiência dos mais de 10 anos de trabalho da Sioslife”, lê-se no comunicado.

A ageTech nacional com origem em Braga – que levantou no ano passado uma ronda de 2,3 milhões de euros – “disponibiliza uma solução tecnológica para facilitar o contacto e partilha de dados entre utentes, profissionais e cuidadores de mais de 600 instituições, num universo que já ascende os 16 mil utilizadores”, avança a empresa.

A rede social integra esse software, permitindo o acesso das pessoas mais velhas, em exclusivo, a funcionalidades de socialização, entretenimento, navegação na internet, entre muitas outras, de forma totalmente segura e adaptada mesmo para pessoas com menor literacia digital.

“Esta é uma rede social especial, dedicada exclusivamente às pessoas mais velhas e que tem um objetivo muito claro: combater o isolamento social, um dos principais problemas associados ao envelhecimento”, refere a empresa.

“Esta era uma das funcionalidades mais pedidas pelos nossos clientes, e depois de ajudarmos na manutenção do contacto entre utentes e cuidadores, porque não fomentar a socialização entre pessoas mais velhas que já se conhecem ou até criar novos laços de amizade? Esta é uma rede social completamente diferente daquilo que conhecemos, destaca-se essencialmente pela interface de utilização super-simples, com apenas dois ou três toques no ecrã, é possível encontrar amigos na comunidade e estabelecer uma relação de amizade, com apenas mais um toque inicia-se uma videochamada”, explica Jorge Oliveira, CEO e fundador da startup.

A partir de agora, qualquer pessoa, num dos mais de 600 Lares, Centros de Dia, Serviços de Apoio Domiciliário ou em projetos na comunidade (em Portugal, Espanha ou Brasil), com a tecnologia Sioslife, e que tenha amigos ou familiares noutras instituições já pode, de forma simples, encontrar essas pessoas na comunidade e estabelecer ligação ou simplesmente descobrir novas amizades.

A nova rede social permite também interagir com a rede de cuidadores profissionais/informais, comunicar através de chamada/videochamada e partilhar conteúdos multimédia, aceder a toda uma rede de serviços de cuidado, saúde e bem-estar e aceder a conteúdos interativos de estimulação cognitiva e física, assim como conteúdos de interesse como música e filmes, notícias, entre outros.

Aos milhares de utilizadores mais velhos que já pertencem à rede social, junta-se ainda toda a rede de mais de 10 mil cuidadores profissionais e cuidadores informais, que estão também interligados e podem interagir neste ecossistema.

Para o CEO da startup bracarense, o objetivo desta nova rede social passa por trazer benefícios à saúde física e mental dos utilizadores. Combater o isolamento de 93 milhões de pessoas em toda a Europa é o desígnio.

“A capacidade de conectar as pessoas mais velhas com os seus familiares e amigos foi sempre a pedra basilar do nosso sistema. A construção de uma rede social vem agora aprofundar esse objetivo, permitindo que os utilizadores possam conhecer novas pessoas e criar e manter relações de amizade e afetividade que contribuem para uma vida mais saudável e realizada “, acrescenta Jorge Oliveira.

A curto prazo, o objetivo é que esta funcionalidade possa chegar ao maior número de pessoas.

Para o CEO da ageTech, o potencial de crescimento da rede é enorme. “Só em Portugal, um em cada cinco pessoas sofre de isolamento social. Na Europa o cenário é ainda mais alarmante, representando 20,8% da população”, recorda Jorge Oliveira.

Fonte: Sapo.pt

Há 20 anos o enoturismo no Douro era residual. De lá para cá a oferta de hotéis, restaurantes e companhias de navegação aumentou de forma expressiva. Hoje, a região Norte de Portugal concentra cerca de 30% dos turistas, boa parte americanos e brasileiros. As provas de vinho e as visitas guiadas são as atividades mais procuradas pelos visitantes e há perspectivas de crescimento nos próximos dez anos.

Uma viagem vinícola pelo Douro pode começar no centro histórico de Gaia, patrimônio cultural da humanidade pela Unesco. Foi ali, no município que fica em frente à cidade do Porto, na outra margem do rio Douro, que os ingleses montaram as primeiras empresas para exportar o vinho do Porto para a Grã Bretanha. Nas ladeiras ficavam os antigos armazéns e no beira rio há um cais com bares, restaurantes e bom para passear.

Na primavera, os dias muito frios dão lugar a temperaturas mais amenas, o que convida a ficar nas esplanadas e adentrar o Douro. Esta época é ideal, pois as vinhas estão verdejantes e sol brilha em grande parte dos dias. O Douro vinhateiro com sua paisagem única também é um patrimônio mundial. Vale visitar suas quintas históricas, sempre abertas para quem chega, seja para hospedagem, visitas ou degustações.

Por mais que se percorra o Douro sempre há coisas novas para ver e hotéis para descobrir como o Six Senses Douro Valley, que não fica numa quinta, mas tem o enoturismo como razão primordial. Talvez seja um dos hotéis mais bonitos de Portugal com sua mistura de arquitetura tradicional e contemporânea. O hotel butique ocupa um solar do século XIX, perto de Lamego, que foi ampliado.

Para quem está numa viagem dedicada ao vinho, ali não faltam opções. A adega possui cerca de 700 rótulos e os restaurantes seguem a filosofia que fez o Six Senses se tornar conhecido no mundo: um cardápio com 55% de plantas e vegetais, muitos oriundos de uma horta própria. As diárias, com café da manhã por quarto para duas pessoas, começam em 850 euros e podem chegar nas alturas se a opção for uma das casas privativas.

Experiências mais típicas podem acontecer numa visita à Quinta da Casa Amarela, também na margem esquerda do Douro. Propriedade de Laura Regueiro, a quinta tem a hospitalidade típica da região e produz apenas vinhos de padrão médio a superior. Não há vinhos de entrada. Laura organiza degustações, além de almoços e jantares para grupos.

Ela gosta de contar que brasileiros que a visitaram pediram, depois, que viesse ao Brasil para ensinar os segredos de sua feijoada transmontana e do arroz de pato. “Tenho uma cozinheira que está comigo há dez anos e que faz aqui a comida da terra. Tudo aqui é familiar, sem luxos”, diz. A propriedade está nas mãos da família desde fins do século XVIII.

Já para quem quer provar uma cozinha de autor com um toque regional, uma visita ao DOC é obrigatória. O restaurante é uma janela sobre o Douro e no terraço dá para acompanhar o movimento das águas consoante o vento. Quem comanda a cozinha é Rui Paula, chef que tem duas estrelas Michelin em outro restaurante, a Casa de Chá da Boa Nova, que fica em Leça da Palmeira e ocupa um espaço projetado pelo arquiteto português Alvaro Siza Vieira.

Mas não dá para deixar o Douro sem um passeio de barco por suas águas tranquilas para avistar as vinhas plantadas em terraços, uma paisagem única no mundo vinícola, e acompanhar as quintas que se sucedem ao longo do rio. Uma opção é escolher um barco da Anima Durius Douro River Cruises, que sai do Pinhão. Há de vários tipos: de veleiros aos barcos holandeses mais confortáveis, com cadeiras no tombadilho. A empresa oferece água e vinho durante o passeio e as pessoas podem levar comida.

Uma das marinheiras é Bárbara Conceição, que cresceu no Douro. Ela conta que no inverno as pessoas ficam na parte interna aquecida e que no verão param para mergulhar antes de uma taça de vinho branco. “Aqui sempre é bonito e dá para navegar em todas as épocas do ano. Quando faz muito frio temos mantas para os visitantes”.

Uma visão do outro extremo, do alto do vale, se tem na Quinta do Seixo, onde fica a House of Sandeman, espaço especialmente criado para o enoturismo. A visita pode incluir um tour guiado pelas caves de envelhecimento com exibição de vídeo ou se resumir a um “dolce far niente” no bar, que tem terraço com uma vista impressionante. Ali os vinhos são servidos em taça e há não apenas o porto Sandeman, mas todos os rótulos — dos vinhos de mesa, de entrada aos de alta gama, da Casa Ferreirinha, sinônimo de qualidade no Douro.

Durante o evento Vinhos de Portugal, que ocorre em junho no Rio e em São Paulo, será possível ter contato com produtores da região, degustar seus vinhos e participar de provas guiadas por críticos.

No primeiro dia do evento no Rio, em 7 de junho, por exemplo a tarde começa com a prova “Vinhos do Douro, sabores e aromas de um patrimônio”. Em São Paulo, também no primeiro dia (13 de junho) a prova “Uma vida no vinho: Luis Sottomayor, o enólogo do Barca Velha” trata do mais renomado dos vinhos do Douro (veja mais informações na tabela acima).

O Vinhos de Portugal 2024 é uma realização dos jornais “O Globo”, Valor e “Público”, em parceria com a ViniPortugal, com participação do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto; apoio das Comissões de Vinho do Alentejo, Beira Interior, Dão, Lisboa, Península de Setúbal, Tejo, Vinhos Verdes e da Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal, Turismo de Portugal, Tap Air Portugal e AB Gotland Volvo; água oficial Águas Prata, hotel oficial Fairmont Rio (RJ), local oficial Jockey Club Brasileiro (RJ), rádio oficial CBN e curadoria Out of Paper. A edição de São Paulo conta ainda com a Cidade de São Paulo como cidade anfitriã e SP Negócios como apoio institucional.

Fonte: Valor

O Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla inglesa) vai votar, na sua sessão de julho, a classificação de 28 candidaturas, incluindo a das Levadas da Madeira.

Num comunicado divulgado hoje, a UNESCO listou as 28 candidaturas que vão ser votadas no próximo mês, na sessão que vai decorrer entre 21 e 31 de julho em Nova Deli, na Índia, nas quais se inclui também o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no Brasil.

Em 2022, o Governo Regional da Madeira dizia ter a expectativa de que as Levadas fossem votadas no ano seguinte, após três anos de trabalho, que envolveu também a Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM), a empresa Água e Resíduos da Madeira (ARM) e a Direção Regional da Cultura, contando ainda com a colaboração do historiador Rui Carita, do engenheiro civil especializado em hidráulica Jorge Pereira e do geógrafo Raimundo Quintal.

“Dos canais públicos principais escolhemos oito levadas que, no nosso entender, são as que representam melhor a história da água na Madeira a partir do século XVIII”, disse a então secretária regional do Ambiente, Susana Prada, em fevereiro de 2022.

Na ilha da Madeira, os canais para transportar água começaram a ser construídos no século XV, no início do povoamento, e a obra prosseguiu até ao século XX, originando uma rede com cerca de 3.100 quilômetros.

As levadas dos séculos XV e XVI estão desativadas, pelo que a candidatura à UNESCO seleciona um conjunto de canais construídos entre os séculos XVIII e XX, que atualmente são também utilizados como percursos turísticos, constituindo um dos principais cartazes da região.

A lista de Patrimônio Mundial da UNESCO inclui, neste momento, 1.199 bens em 168 países, 17 dos quais em Portugal, como os mosteiros dos Jerónimos, de Alcobaça e da Batalha, o Santuário do Bom Jesus, em Braga, ou os centros históricos do Porto, Guimarães, Évora e Angra do Heroísmo.

Fonte: Mundo Lusiada

O EurAfrican Forum 2024, iniciativa promovida pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, organização não-governamental para o desenvolvimento, realiza-se nos dias 15 e 16 de julho, na Universidade Nova SBE, em Carcavelos, Cascais.

A sétima edição do fórum, dedicada ao tema “África: O próximo capítulo – parcerias para o crescimento”, vai juntar líderes de alto-nível de diversas organizações europeias e africanas para um debate objetivo, atual e inclusivo, apoiado em ideias, propostas, realidades e projetos com interesse mútuo para os dois continentes.

Em análise estarão os temas como Investimento e internacionalização – Vias para o desenvolvimento financeiro e crescimento económico; Energia e Minas – Acesso à energia e gestão dos recursos naturais para o desenvolvimento sustentável; Equity GAP – Mulheres empresárias e representação feminina; Educação – Ensino online para melhorar o acesso ao ensino primário e superior; Agronegócio – Investimento público e privado para a segurança alimentar; Digitalização e Geopolítica, Infraestruturas e urbanismo, Desporto e Saúde – Reforçar a eficiência dos sistemas e promover a qualificação da mão de obra.

“Mais do que definir estratégias de cooperação entre a Europa e África, é importante implementar a cooperação e o comércio e é preciso que as empresas portuguesas e africanas trabalhem em conjunto em alianças, para abordarem grandes projetos nas áreas das infraestruturas, digitalização, saúde e educação, entre outras. A tecnologia e o conhecimento das empresas portuguesas e europeias não são suficientes para entrar em África, é fundamental haver uma verdadeira parceria entre iguais”, refere António Calçada de Sá, Presidente da Direção do Conselho da Diáspora Portuguesa.

“Não basta levar recursos para África e esperar que tudo aconteça por magia. Tem de ser um processo colaborativo, com programas aceites de forma bilateral, é dar e receber, e a Europa e Portugal estão muito bem posicionados. Temos de ter uma agenda comum que toque estes setores, e tem de haver apoio institucional total para podermos avançar. Se fizermos isso, tudo o que está na estratégia vai acontecer, e se fizermos isso bem, então vai acontecer melhor e mais depressa”, conclui.

José Manuel Durão Barroso, Chairman do EurAfrican Forum, salienta a importância do evento destacando que “as parcerias são absolutamente fundamentais para o crescimento e desenvolvimento sustentável, especialmente no contexto globalizado em que vivemos atualmente. O EurAfrican Fórum é uma plataforma que reúne no mesmo local líderes governamentais, especialistas de diversas áreas, academia, empreendedores, investidores, entre outras entidades que, durante dois dias, poderão debater a melhor forma de capitalizar as sinergias de recursos, conhecimento, acesso a novos mercados, inovação e investigação e desenvolvimento de infraestruturas, para a promoção do crescimento e garante de um futuro sustentável para todos”.

O EurAfrican Fórum é uma plataforma de contacto internacional e softpower orientada para o estímulo da colaboração, pública e privada, entre Europa e a África no domínio das infraestruturas, digitalização, saúde, educação, entre outras.

Novidades 2024

A sétima edição do EurAfrican Forum traz consigo algumas novidades. Serão mais os temas em análise, definidos de acordo com um estudo realizado junto dos participantes da edição de 2023 sobre a oportunidade e pertinência de cada área no momento que vivemos, criando uma maior oportunidade para debater, refletir e correlacionar todos eles, com vista a reforçar as sinergias entre Europa e África nos mais diversos setores da sociedade. Pela primeira vez, e para tornar o encontro mais ágil, os painéis do encontro estarão distribuídos em sessões paralelas, permitindo aprofundar mais cada tema.

Este ano, o CDP aposta também na inovação, na tecnologia, na agilidade de contacto e de comunicação e apresenta a app oficial EurAfrican Fórum. Como plataforma centralizada do evento, será possível realizar inscrições para as sessões paralelas, consultar programa, obter informação acerca dos painéis, comunicar diretamente com a organização e os oradores, entre outras funcionalidades.

A edição anterior deste evento reuniu mais de 500 pessoas em dois dias de trabalho intenso, entre as quais se destacaram vários membros dos governos africanos e português, empresários, membros das comunidades académica, científica e do mundo da cultura, assim como representantes da NATO, ONU, UNICEF, UNESCO, Parlamento Europeu, AICEP, AEP.

Fonte: Mundo Lusíada

No entanto, dos três vinhos portugueses mais famosos dentro e fora de Portugal pela sua singularidade — os outros dois são os Vinhos Verdes e os vinhos do Porto – é o de currículo mais curioso, porque “mereceu” do destino duas formidáveis lufadas de sorte: 1) ter “caído” no gosto da alta elite inglesa, primeiro e, na sequência, da nova elite(*) dos norte-americanos; 2) algum enólogo (formado ou empírico) ter sacado que a adversidade — longas travessias em  mares revoltos – foi e é a razão de sua singularidade. Donde o seu apelido: o vinho Torna Viagem!

Vamos às provas (com trocadilho).

O Vinho Madeira era importado pelos ingleses para consumo “na ilha”, desde o início do século XVII. Mas os comerciantes da City exerciam forte influência sobre as suas 13 colônias na América do Norte e decidiram faturar mais, exportando o Madeira para a elite da “Nova Inglaterra”.

Só que os revendedores ingleses enviavam os tonéis para os EUA sem avaliar corretamente a demanda (não havia planilha eletrônica à época!!! ) e, portanto, enviavam tudo o que podiam. Só que como o mercado de lá não absorvia nem 70% do volume que desembarcava, voltava muito vinho Madeira para Londres! Daí ele passou então a ser chamado de Vinho da Roda ou de Vinho Torna Viagem.

E agora o milagre: o vinho voltava melhor! Sim, “milagrosamente” nem o calor, nem os solavancos das caravelas em cima do tumulto das ondas do oceano faziam mal ao vinho. Então, e movidos pela evidência de que o calor melhorava o vinho, porque a acelerava o seu envelhecimento, enriquecendo a sua COMPLEXIDADE, os produtores das encostas de Funchal começaram a investir na técnica de ESTUFAGEM, que consistia (e consiste) em obter o mesmo efeito do Vinho Torna Viagem sem sair da Ilha da Madeira.

Como? Pelo aquecimento direto, obtido pelo vapor de água quente circulando nas serpentinas das pipas. Detalhe: em qualquer outra elaboração de um vinho, em qualquer outro lugar do planeta, em qualquer época da História, essa técnica corresponderia a um tiro na cabeça: morte certa. Mas no caso do Vinho Madeira é o seu DNA de qualidade!

Finalmente: o vinho Madeira é produzido com as uvas locais Tinta Negra, Sercial, Boal, Verdelho e a Malvasia, estas quatro últimas com melhor resultado de vendas. Mas de todos os Madeiras, o Madeira pra chamar de meu, é esse mesmo Sercial 10 anos, que George Washington já apreciava há mais de 200 anos e com ele brindou – ao lado dos Founding Fathers — a assinatura da independência americana – dos ingleses!

Conclusão: as águas separam os povos, (mas) o vinho os aproxima!

(*) George Washington tinha as bochechas rosadinhas (seria o Vinho Madeira?) e era um estadista com tal visão da “gastronomia de estado”, que fazia dos jantares em sua propriedade em Mount Vernon, na Virgínia, um “show-room” dos produtos de seus país. A tal ponto, que tanto ele quanto a sua mulher, Martha, nunca jantavam a sós. Tinham sempre convidados, sobretudo estrangeiros. E serviam desde a “chowder”, que é uma sopa de amêijoas (no caso colhidas no rio Potomac) e mariscos, com leite, tipicamente americana, até copiosos “barbecues” com carne de boi confinado de sua fazenda. E Vinho Madeira! O homem sabia das coisas…

 

Por Reinaldo Paes Barreto

O Presidente de Portugal prestou homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, neste domingo numa cerimônia que marcou o início das comemorações do Dia de Portugal, após o hastear da bandeira nacional, no concelho Pedrógão Grande.

A bandeira nacional foi hasteada, simbolicamente, no memorial às vítimas dos incêndios de 2017, projetado pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, junto à Estrada Nacional 236-1, onde foi encontrada a maioria das pessoas que morreram no incêndio que deflagrou em junho de 2017 em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria.

A seguir, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, depositou uma coroa de flores no monumento onde estão inscritos os nomes das 115 vítimas mortais dos incêndios de junho e de outubro de 2017, em memória das quais se cumpriu um minuto de silêncio.

Além do Presidente da República, estavam presentes, entre outros, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general José Nunes da Fonseca, os chefes dos três ramos militares e os presidentes das câmaras municipais de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

No local estavam também a presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, Dina Duarte, e Rui Rosinha, bombeiro que ficou gravemente ferido nesse incêndio.

A cerimônia de homenagem aos mortos incluiu uma curta intervenção do patriarca de Lisboa e administrador apostólico da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, Rui Valério, que pediu “paz a todos os que choram” a morte de familiares e amigos e “saúde e força” para todos os que combatem as chamas, “neste dia de memória, de gratidão, de esperança”.

Neste ano, o Presidente da República decidiu assinalar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

As comemorações oficiais do 10 de Junho passa ainda pela Universidade de Coimbra, onde terá lugar a cerimônia inaugural das celebrações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, na segunda-feira.

Depois, entre terça e quarta-feira, irão estender-se à Suíça, junto de comunidades emigrantes portuguesas, com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e também do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Em Castanheira de Pera

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje que vai deixar plantado um pinheiro no Palácio de Belém para que os presidentes da República que lhe sucederem no cargo nunca esqueçam a tragédia dos incêndios florestais de 2017.

Esta ideia foi transmitida pelo chefe de Estado num almoço no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, em Castanheira de Pera, com autarcas dos concelhos atingidos pelos incêndios florestais de 2017, sobretudo dos distritos de Leiria e Coimbra.

Perante os jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa explicou depois o objetivo da ideia de levar um pequeno pinheiro desta zona do interior do distrito de Leiria para que cresça no Palácio de Belém, em Lisboa.

“Ofereceram-me um pinheiro ainda da madeira de 2017, portanto, renascido a partir do incêndio desse ano. E embora nós saibamos que deve ser feito um esforço – e está a ser feito para em muitos casos ter espécies que ardam menos -, isto simbolicamente quer dizer o seguinte: Quem quer seja Presidente da República e esteja no Palácio de Belém, vai ter numa posição central a evocação dos incêndios de 2017”, declarou.

No total, mais de cem pessoas morreram nos incêndios de 2017 em Portugal. O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, destruiu meio milhar de casas e 50 empresas.

Com esse pinheiro no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa disse pretender salientar a mensagem de que “deve ser uma preocupação de todos os presidentes da República, de todos os primeiros-ministros, de todos os governos e parlamentos não repetir 2017”.

“Quando eu há um ano lancei a ideia de ser aqui [as comemorações do Dia de Portugal], isso foi considerado uma loucura, porque é longe de tudo e em três municípios ao mesmo tempo que não são ricos. A ideia foi não deixar esquecer e dar razões de esperança a quem nasce aqui, que tem direito a ser português de primeira, tão de primeira como aqueles que nascem em sítios mais ricos”, acentuou.

De acordo com o chefe de Estado, esse caderno de encargos que deixa aos seus sucessores no cargo a partir de 2026 visa salientar que a coesão territorial “é um compromisso para todos os dias de Portugal e para todos os dias em Portugal”.

“Sou Presidente da República por mais um ano e uns meses (sete ou oito), depois haverá outros presidentes da República. Portugal nunca deixará de existir e é de esperar que nunca mais, durante a existência futura de Portugal, haja o que vivemos em 2017”, completou.

Última comemoração

O Presidente revelou que o seu último Dia de Portugal como chefe de Estado, em 2025, vai realizar-se no sul do país e adiantou que será comemorado de forma “original”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no final de um almoço com autarcas e em que também estiveram presentes os ministros da Defesa, Nuno Melo, da Administração Interna, Margarida Blasco, e da Juventude, Margarida Balseiro Lopes, em Castanheira de Pera.

“Já tenho uma ideia do meu último 10 Junho como Presidente da República, mas ainda não vou dizer. Tenho uma ideia, que também vai ser original, mas prometi que era no Sul”, adiantou.

O Presidente da República ressalvou que “há muito sul” no território nacional.

“Tem de haver uma ideia de fazer a ponte entre o que há de diferente no sul. Há um sul mais a norte e um sul mais a sul. Vamos lá ver, provavelmente com as suas coisas”, acrescentou, mas sem dar mais pistas sobre concelhos candidatos à organização das próximas cerimônias do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Fonte: Mundo Lusíada